"(...)" Lutei pelo justo, pelo bom e pelo melhor do mundo. Prometo-te agora, ao despedir-me, que até o último instante não terão porque se envergonhar de mim. Quero que me entendam bem: preparar-me para a morte não significa que me renda, mas sim saber fazer-lhe frente quando ela chegue.” (MORAIS, 1985).
O filme Olga (2004, diretor Jayme
Monjardin) retrata a passagem da Judia e Comunista Olga Benário, líder
comunista alemã, pelo Brasil, em meados dos anos 1930, quando o presidente Vargas
estava no Governo do país.
No longa-metragem, podemos
acompanhar a história da líder comunista desde suas origens, vinda de uma
família abastada, para unir-se a causa socialista e ao governo revolucionário
soviético.
Olga vem ao Brasil com a missão de
acompanhar e manter em segurança o revolucionário Luís Carlos Prestes, que luta
por causas, próximas a dela, no Brasil, por quem ocasionalmente vem a se
apaixonar. Em diversos momentos podemos ver como Olga luta para tentar mudar
diversos problemas no pais na época, como a corrupção na política, problemas
sociais e alta de direitos básicos como: comida, água e habitação para diversas
classes da população. Durante todo o filme podemos ver clara a posição do
governo Vargas, que não deixa de beber no dualismo frequente da política da
época ao pontuar as diferenças entre direita, esquerda, democracia e ditadura.
No governo da época, período em que Vargas estava no poder (1930 a 1954), medidas
foram tomadas sobre a saúde e sobre a educação do pais; algumas delas foram : criação do “Ministério da Educação e Saúde Pública” (1930), que visava tratar designadamente dos assuntos relacionados à educação e à saúde no país; no ano de 1931 foi implantada a “Reforma Francisco Campos”, que estabeleceu de efetivamente o ensino secundário e superior no país. Umas das ações mais importantes deste período foi o “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova”, que contava uma linha de propostas vindas de prestigiados educadores da época para a melhoria da educação no país. Podemos, então, analisar que todas as ideologias pedagógicas mundiais chegavam ao país e refletiam diretamente na educação do Brasil, justamente ligada pela classe dominante em que estava no poder, criando assim uma sociedade conforme os moldes necessários para o governo de Getúlio Vargas que soube trabalhar muito bem essa questão de política educacional seja perder o prestigio de governante e muito menos de “Pai dos Pobres”. Porém, com essas diversas mudanças surgiu uma nítida separação entre a atuação intelectual, que se dirigia aos pertencentes às classes ricas, e o trabalho braçal com foco no ensino profissional para brasileiros pertencentes às classes mais pobres; o que claramente não agradava a todos. Sendo assim, “a existência de uma manutenção do sistema dual de ensino. Passou a ser questionada. “Isso, evidentemente, transformava o sistema educacional, de modo geral, em um sistema de discriminação social” (Romanelli, 1985, p. 169). É importante lembrar que o diretor do filme não diminui suas críticas ao Estado brasileiro e à figura do ditador. Como já dito, o filme enfoca o romance entre Olga e Prestes, por quem se apaixona e mantém um relacionamento, tendo como fruto Anita Leocádia Prestes, filha do
casal. Ainda grávida, durante a Era Vargas, é deportada para a Alemanha (nazista
nesta época), onde morreu em um campo de concentração pouco tempo depois do
nascimento de Anita. Após a morte de Olga, Prestes permaneceu preso no Brasil
por aproximadamente dez anos.
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